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O CASTIGADOR VESTE O MANTO

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O CASTIGADOR VESTE O MANTO

    Somos a suprema arrogância dos imperadores canalhas conscientes de sua superioridade.

    E o Grêmio,

    coitado,

    foi cobaia do esculacho pornográfico e espetaculoso que deveria ter sido proibido para os menores que assistiram ao atropelamento no Olímpico.

    Dois a zero.

    Não foi goleada porque a crueldade,

    às vezes,

    gosta de maltratar com elegância.

    A estrela da noite foi ele mesmo:

    De Arrascaeta Do Manto Sagrado,

    o uruguaio que nasceu com o gene da malandragem e do lirismo nas pernas.

    Fez dois gols,

    sim,

    mas isso é vírgula.

    O texto principal foi outro:

    o homem multiplicava-se.

    Era onipresente,

    onipotente e,

    se duvidar,

    onisciente.

    Aparecia no meio,

    nas pontas,

    na porra toda.

    Deu assistência,

    desarmou,

    arquitetou,

    ditou o ritmo como um maestro psicótico regendo...

    A magia do Arrascaeta é coisa de padre e puto,

    mas o que o transforma em entidade futebolística é o manto rubro-negro.

    A camisa mais pesada das Américas,

    se der mole,

    quebra a clavícula dos jogadores que ousam vesti-la sem entender neca de pitibiriba.

    Nossa camisa não aceita covardes;

    ela transforma craques em deuses e medíocres em estatística.

    Enquanto os gremistas,

    acuados,

    rezavam por uma reviravolta,

    o Flamengo dançava.

    Não dançava no sentido metafórico.

    Dançava mesmo,

    com requebros de samba e deboche explícito.

    O jogo foi um gangbang em pleno velório.

    Os gremistas,

    zumbis de chuteira,

    não sabiam se corriam atrás da bola ou se ajoelhavam, 

    submissos,

    com vergonha de terem entrado em campo.

    E aí vem aquele papo de “é só mais uma rodada”.

    É nada.

    Campeonato Brasileiro é guerra santa.

    É CAMPEONATO DE 38 FINAIS.

    Não existe nada mais inexpugnável do que trinta e oito finais seguidas.

    No Brasileiro não tem jogo pequeno,

    não tem baba,

    não tem VAR que resolva quando o bicho pega.

    O Brasileirão é o Coliseu.

    E nós, 

    os mulambos urubus rubro-negros, 

    estamos sempre famintos.

    O Flamengo não venceu o Grêmio.

    Corrijo:

    o Flamengo aplicou uma punição exemplar,

    um corretivo futebolístico,

    um castigo cartorial com carimbo em brasão.

    Foi uma aula de hierarquia.

    De método.

    De brutalidade estética.

    E se hoje De Arrascaeta acordou com o sorriso de quem viu a morte no olho do adversário e soprou um beijo no rosto dela,

    é porque sabe que vestir o manto é isso:

    carregar o fardo de ser o castigador.

    E fazer disso arte.



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