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Notícias e Opiniões

MENINO DO NINHO

    Vencemos o Botafogo da Paraíba,

    sim,

    é sempre bom lembrar que há mais de um Botafogo,

    porque o original não causa grandes coisas,

    já o genérico a gente deixou dar um trabalhinho,

    mas é claro que perderam,

    pelo menos não ficaram chorando igual os cachorrinhos de General Severiano.

    Ontem,

    resolvemos oferecer um favor:

    fingimos estar nem aí pro jogo e deixamos eles acreditarem que tinham alguma chance de empatar.

    Acreditem,

    não tinham.

    Deixamos eles sonharem até os últimos minutos porque somos generosos.

    A alma flamenga é assim.

    Mas uma hora o teatro tinha de acabar.

    E aí parimos Joshua.

    Sim,

    Joshua.

    Nome de apóstolo,

    de profeta,

    de enredo de escola de samba campeã.

    Nosso "de menor" é produto interno bruto.

    Joshua entrou em campo para resolver.

    E resolveu com seu gol de crônica.

    Um gol de leke flamenguista.

    Um gol com alma flamenga.

    Decidir jogo com personagem novo no último capítulo é de praxe,

    faz parte da nossa escrotidão meter o pé na porta e gritar:

    “Quem manda nessa porra somos nós.”

    Se vencêssemos aos 10 do primeiro tempo,

    quem ia lembrar?

    Agora,

    com gol de Joshua nos últimos minutos da sua estreia,

    ninguém vai esquecer.

    Joshua é nosso.

    Foi feito em casa.

    No fogão do Ninho do Urubu.

    Não tem exportação,

    não.

    Aqui é produção artesanal,

    com selo de qualidade e DNA de arrogância.

    Então,

    que fique o recado:

    não se iludam com o placar.

    Não foi só 1 a 0.

    Foi uma ode à petulância,

    uma celebração do nosso direito inalienável de decidir quando,

    como

    e com quem quisermos.

    É isso,

    Joshua estreou e nós vencemos.

    Isso aqui é Flamengo,

    porra.



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