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FODA-SE O CAMPEONATO BRASILEIRO
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Ontem,
aconteceu um crime no Maraca,
com requintes de crueldade.
As vítimas foram o Campeonato Brasileiro e nós,
os torcedores viscerais,
sabedores da importância do Brasileirão.
Milhões de almas flamengas foram traídas nesse empate sem fome de vitória.
E,
quando o Flamengo brinca de “tô nem aí”,
o resultado é o inferno.
É inadmissível termos jogado contra o Botafogo,
o atual campeão brasileiro,
sem o Arrascaeta.
O artilheiro.
O cérebro.
O homem das partidas.
Arrascaeta é o cara que,
com um passe ou um chute,
reescreve o destino de uma partida de futebol.
Mas,
ontem,
o Flamengo decidiu que o jogo não importava,
e isso acontece por causa desse mantra sem sentido de priorizar a tal da Libertadores,
esse campeonato sul-americano em que o acaso é regra.
É inconcebível que essa taça valha mais do que o Brasileirão.
Isso é um escárnio.
Uma heresia.
A Libertadores é uma roleta-russa,
em que o melhor pode sempre ser eliminado,
enquanto o Brasileiro é a Bíblia do futebol.
Se não aprendermos que o Brasileiro é o campeonato das 38 finais,
e não jogarmos todas elas com os melhores jogadores,
sem um segundo de falta de atenção,
seremos pequenos.
Mas,
ao que tudo indica,
estamos cagando litros pro maior campeonato de futebol das Américas:
o Campeonato Brasileiro.
O Flamengo que despreza o Brasileiro é o Dom Casmurro do futebol,
sem saber nada da verdadeira Capitu.
A verdadeira história é que o castigo,
ontem,
veio a cavalo.
Entramos em campo como quem cumpre tabela,
como quem não entende porra nenhuma sobre prioridades.
E,
contra o Botafogo,
não se joga com sobras.
O jogo de ontem foi o mais importante do ano.
Sim,
repito:
do ano.
Todos os 38 jogos do Campeonato Brasileiro são os mais importantes da temporada.
Mas vivemos num loop de eterno retorno,
em que a diretoria se gaba da gestão e,
na verdade,
não entende necas de pitibiriba de futebol.
Enquanto não compreendermos que o Brasileirão é a única glória eterna,
continuaremos colecionando desculpas e (des)esperando.
Porque o Flamengo,
nosso time sagrado e mundano,
ainda não entendeu que sua verdadeira fé se chama Campeonato Brasileiro.
E a fé,
quando traída,
não perdoa.
Palavras Mínimas :
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