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COVASCARDIA – As Caravelas Vão Afundar

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COVASCARDIA – As Caravelas Vão Afundar

    Porra,

     

    vão tomar no meio dos seus cus largos.

     

    Imaginem uma cobra-coral fumando um e fazendo embaixadinha de cabeça, 

     

    usando um sapo risonho como bola,

     

    antes de jogá-lo para o alto e dar o bote letal.

     

    A cobra-coral é rubro-negra,

     

    então,

     

    é lógico que é o Flamengo.

     

    E o sapo risonho é o vascaíno antes do jogo começar,

     

    rindo de nervoso,

     

    de pavor e pânico.

     

    Sim,

     

    o Vasco,

     

    esse pobre time de São Cristóvão,

     

    que nasceu para se fuder,

     

    teve a brilhante ideia de mandar o clássico contra o Flamengo no Engenhão.

     

    Isso mesmo. 

     

    Não no Maracanã,

     

    não no histórico palco do futebol,

     

    mas naquele estádio de aluguel,

     

    naquele puxadinho do Botafogo.

     

    A justificativa?

     

    Ah,

     

    essa é a melhor.

     

    Querem

     

    "fugir da pressão".

     

    Como se fosse possível fugir do inevitável.

     

    Como se o destino não estivesse escrito desde que o primeiro bacalhau brotou lá na casa do caralho.


    Porque, 


    convenhamos,

     

    o Flamengo não joga contra o Vasco.

     

    O Flamengo tira onda,

     

    passa por cima,

     

    faz sexo selvagem,

     

    metendo a bola nas costas dos alvinegros de São Januário,

     

    enquanto o Vasco chora na masmorra,

     

    implorando por sua castidade,

     

    sendo sodomizado pelo maior do mundo.

     

    Mas tá de boa,

     

    eu entendo.

     

    Apequenamento é assim mesmo.

     

    O Vasco,

     

    esse Titanic do futebol carioca,

     

    já bateu no iceberg faz tempo,

     

    e agora sobraram só meia dúzia de portugas segurando o que resta da proa da caravela,

     

    gritando por um tal de Eurico que nunca mais voltará.

     

    Os vascaínos que vão pra puta que os pariu!

     

    Na moral,

     

    essa parada era mais divertida quando o Vasco ainda tentava enfrentar o Flamengo com aquela coisa que eles chamam de:

     

    "O Vasco é o time da virada,

     

    o Vasco é o time do temor",

     

    que, 

     

    na prática,

     

    era apenas uma forma ridícula de levar porrada com um pouco mais de hombridade.

     

    Agora,

     

    nem isso.

     

    Agora,

     

    fogem com o rabinho entre as pernas para o estádio do chororô.

     

    O problema é que não tem para onde correr.




     

    Engenhão,

     

    São Januário,

     

    Madureira,

     

    Nova Iguaçu,

     

    o quintal do sítio da bisavó...

     

    Tanto faz.

     

    O Flamengo não precisa de casa,

     

    todo campo é a nossa sala de estar.

     

    Os vascaínos podem até achar que, 

     

    jogando no Engenhão, 

     

    escaparão da pressão da torcida rubro-negra.

     

    Ledo engano.

     

    O Flamengo não precisa da torcida para esmagar o Vasco.

     

    A torcida é só a trilha sonora de uma tragédia anunciada.

     

    O verdadeiro terror acontece dentro das quatro linhas:

     

    na bola,

     

    no drible,

     

    nos passes,

     

    terminando no tapa de chapa perfeito no ângulo,

     

    que transforma o goleiro deles em uma estátua de boca aberta.

     

    É isso,

     

    quando a bola rola,

     

    já sabemos o roteiro.

     

    O Flamengo passeia,

     

    o Vasco agoniza.

     

    Enfim...

     

    A torcida deles,

     

    que nos primeiros minutos talvez ainda grite,

     

    logo começará a procurar a saída mais próxima.

     

    Os jogadores olharão para o técnico com cara de:

     

    "O que eu tô fazendo aqui?",

     

    e o árbitro, 

     

    com pena, 

     

    olhará o relógio, 

     

    torcendo para que a óbvia humilhação acabe.

     

    Mas eu agradeço ao Vasco.

     

    Porque essa decisão de fugir para o Engenhão é a prova inequívoca de que o respeito acabou há muito tempo.

     

    Se é que um dia existiu.

     

    O Vasco virou um menininho assombrado,

     

    fugindo do Flamengo com medo do bicho-papão.

     

    No sábado,

     

    a gente vai ao enterro jogar a última pá de cal.

     

    E, 

     

    como é de lei,

     

    vai ter choro e velas,

     

    como é de bom tom em todos os velórios.

     

    E nós,

     

    os mulambos,

     

    os favelados,

     

    os urubus,

     

    a bandidagem rubro-negra,

     

    vamos voltar para casa rindo da cara deles.

     

    por Pablo Treuffar

     

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